Correção de frase: Em que lugar está o erro?
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À minha correção:
Primeiramente, tem-se de haver uma correção de tempos verbais, porque foram empregados de modo errado. Observe que um verbo como perceber no pretérito mais-que-perfeito pode ser representado por percebera ou por tinha/havia percebido. Também observe que a forma particípio de um verbo [particípio de perceber é percebido] pode variar conforme a voz verbal, que pode ser voz passiva ou voz ativa. Na voz ativa, o sujeito pratica a ação do verbo; na passiva, ele recebe a ação do verbo. Por exemplo, usarei o verbo limpar para demonstrar-lhe a variação do particípio de alguns verbos segundo a voz verbal:
Na voz passiva, emprega-se o particípio de limpar como limpo, como em O carro foi limpo por mim. Perceba que o carro, sujeito, recebe a ação de limpar (neste caso ação de ser limpo). Por isto, voz passiva. Em contraste, na voz ativa, emprega-se o particípio de limpar como limpado, como em Eu tenho limpado meu carro a cada semana. Neste caso, Eu, sujeito, pratico a ação de limpar. Por isto, voz ativa.
No caso de gastar, na voz passiva, o particípio é gasto; na voz ativa, gastado. (Também se aceita na voz ativa a forma gasto, não sei se é conforme a norma padrão, porém aceita-se. Sou conservador, utilizo o mais essencial e condizente à essência da língua em si, como apenas gastado à voz ativa, mesmo não sendo errado usar gasto; não vou muito segundo variações temporais ou algo deste tipo que não possua segurança que o ratifique.)
Tenha em mente também que o tempo do pretérito mais-que-perfeito introduz uma ação que aconteceu antes do tempo do pretérito perfeito, se porventura houver os dois tempos numa mesma frase. Tendo, então, tudo isso em mente, reconstruamos a frase:
O que ocorreu primeiro na frase, perceber ou gastar? Gastar. (Primeiro, gastou o dinheiro da venda e depois o percebeu.) Então, mediante isto, o pret. mais-que-perfeito pertence àquilo que aconteceu primeiramente, que foi gastar, e o pret. perfeito àquilo que ocorreu depois, perceber, e, relembrando-se das formas que o particípio de gastar pode assumir observando-se se gastar pertence à voz ativa ou passiva, reconstruamos a frase corretamente:
Não percebeu que havia gastado/gasto quase todo o dinheiro da venda do automóvel. (Alguém, sujeito, gastou o dinheiro, então é voz ativa, por isso o particípio é gastado. Hoje, também se aceita a forma gasto como particípio de voz ativa, mas não lhe confirmo se é da norma padrão.)
*Alguns verbos não têm seu particípio alterado na alternância de vozes, como perceber (percebido), fazer (feito), ser (sido) etc.
*Outros exemplos de verbos cujo particípio alterna segundo as vozes (voz ativa, voz passiva, respectivamente): aceitar (aceitado, aceito), prender (prendido, preso), ganhar (ganhado/ganho, ganho), etc.
Primeiramente, tem-se de haver uma correção de tempos verbais, porque foram empregados de modo errado. Observe que um verbo como perceber no pretérito mais-que-perfeito pode ser representado por percebera ou por tinha/havia percebido. Também observe que a forma particípio de um verbo [particípio de perceber é percebido] pode variar conforme a voz verbal, que pode ser voz passiva ou voz ativa. Na voz ativa, o sujeito pratica a ação do verbo; na passiva, ele recebe a ação do verbo. Por exemplo, usarei o verbo limpar para demonstrar-lhe a variação do particípio de alguns verbos segundo a voz verbal:
Na voz passiva, emprega-se o particípio de limpar como limpo, como em O carro foi limpo por mim. Perceba que o carro, sujeito, recebe a ação de limpar (neste caso ação de ser limpo). Por isto, voz passiva. Em contraste, na voz ativa, emprega-se o particípio de limpar como limpado, como em Eu tenho limpado meu carro a cada semana. Neste caso, Eu, sujeito, pratico a ação de limpar. Por isto, voz ativa.
No caso de gastar, na voz passiva, o particípio é gasto; na voz ativa, gastado. (Também se aceita na voz ativa a forma gasto, não sei se é conforme a norma padrão, porém aceita-se. Sou conservador, utilizo o mais essencial e condizente à essência da língua em si, como apenas gastado à voz ativa, mesmo não sendo errado usar gasto; não vou muito segundo variações temporais ou algo deste tipo que não possua segurança que o ratifique.)
Tenha em mente também que o tempo do pretérito mais-que-perfeito introduz uma ação que aconteceu antes do tempo do pretérito perfeito, se porventura houver os dois tempos numa mesma frase. Tendo, então, tudo isso em mente, reconstruamos a frase:
O que ocorreu primeiro na frase, perceber ou gastar? Gastar. (Primeiro, gastou o dinheiro da venda e depois o percebeu.) Então, mediante isto, o pret. mais-que-perfeito pertence àquilo que aconteceu primeiramente, que foi gastar, e o pret. perfeito àquilo que ocorreu depois, perceber, e, relembrando-se das formas que o particípio de gastar pode assumir observando-se se gastar pertence à voz ativa ou passiva, reconstruamos a frase corretamente:
Não percebeu que havia gastado/gasto quase todo o dinheiro da venda do automóvel. (Alguém, sujeito, gastou o dinheiro, então é voz ativa, por isso o particípio é gastado. Hoje, também se aceita a forma gasto como particípio de voz ativa, mas não lhe confirmo se é da norma padrão.)
*Alguns verbos não têm seu particípio alterado na alternância de vozes, como perceber (percebido), fazer (feito), ser (sido) etc.
*Outros exemplos de verbos cujo particípio alterna segundo as vozes (voz ativa, voz passiva, respectivamente): aceitar (aceitado, aceito), prender (prendido, preso), ganhar (ganhado/ganho, ganho), etc.